Ontem acordámos às 7h da manhã com o nosso vizinho a bater-nos à porta. A nossa casa é geminada dos dois lados e este vizinho é mesmo 5 estrelas. Disse-nos que a Sasha andava de um lado para o outro irrequieta e aflita, e que ouvia um cachorrinho a chorar, mas que não o via. O meu marido foi até lá e diz que viu qualquer coisa pendurada... era já a segunda cria.
Quando desci com a Victória, o meu quintal parecia que tinha sido atacado por um grupo de toupeiras. Com a ansiedade a cadela desatou em fazer buracos por todo o lado e tive que lhe dar um desconto...
O tempo passava e ela não tinha mais bebé nenhum. O meu marido dizia "só dois?", eu dizia "ainda bem", e a Catarina dizia que era normal ela ainda estar assim gorda porque a mãe mesmo depois de ter a Vi também tinha ficado assim...
...sem comentários.
Já pensávamos que se não fosse o nosso vizinho, quando acordássemos (eu e a Victória só nos levantamos por volta das 10h) já tudo teria acontecido e nem dávamos por nada.
Tão enganados que nós estávamos...
Ao meio dia e quando já ninguém esperava, nasceu o 3º e o 4º cachorrinho, dali a pouco o 5º e nunca ouvimos sequer um gemido da cadela, só dávamos por ela quando a encontrávamos a lamber-se.
Nunca foi preciso ajudar (graças a Deus), e deixava-nos fotografar ao longe com bastante zoom.
Um hora depois nasceu o 6º (o primeiro branquinho, todos os outros eram pretos) e pensámos que tivesse realmente ficado por ali.
A pobre coitada estava exausta, deitava-se na terra molhada e ali ficava.
Quando estava a conversar com a minha vizinha e mesmo ali ao meu lado nasceu o 7º sem que sequer déssemos por isso.
Ficou também pendurado e confesso que me fez alguma impressão. Entre o 3º e o 4º vi exactamente tudo, as águas rebentaram tal e qual como aconteceu comigo no carro... e se eu me lembro das dores. Depois nasceu o cachorrinho naquela bolsa (que ela comeu) e a o cordão umbilical que ela cortava com os dentes. Para algumas pessoas pode ser uma coisa maravilhosa de se ver, para mim foi uma experiência e chegou.
Posso dizer que não consegui almoçar.
Às 17h, estava eu na piscina com a Vi e a Catarina quando a Sasha faz mais um buraco (depois de eu ter já limpo o quintal todo com lixívia e alisado a terra). Eu ainda tentei repreende-la, mas como estava tão sensível dei o desconto. Aconchegou-se e ali ficou.
Quando a vejo a lamber-se digo à Catarina "Não me digas que é outro" e ela diz "pois é mãe!".
Nasceu o 8º, desta vez mesmo da cor dela quando era pequenina.
Quando o meu vizinho estava a chegar do emprego, nasceu o 9º e eu já dizia mal da minha vida... por este caminho quando é que parava a conversa.
Fez uma cama com umas toalhas velhas, colocou a mãe e cada cachorro em posição e ensinou-os a mamar. Foi mesmo incansável, dava festinhas à Sasha, molhava-lhe o pelo e deixa-lhe escorrer água à boca.
Ao final da noite perto das 22h ela sai para a o quintal e começa a andar de um lado para o outro enquanto eu estendia a roupa, o meu marido tinha ido trabalhar e eu vejo mais um cachorrinho muito magrinho e preto. Ao contrário do que havia feito com todos os outros, este ela pegou nele com a boca e levou-o imediatamente para junto dos outros. Fez-me mesmo muita confusão porque ele tinha o pescoço pendurado...
Lá chamei o meu vizinho (coitado) e ele viu que o pobrezinho estava morto.
Ficámos por aqui.
Dez cachorros, o meu marido só dizia "Mas onde é que esta cadela guardava tanto cão!"
Agora está magrinha magrinha, tudo no espaço de umas horas (eu ao fim de um ano ainda não cheguei à forma que queria).
Pobre cadela.
Vamos ficar com apenas um cachorrinho, o branquinho. Todos os outros estão disponíveis para oferecer.
No fim de contas o cão amarelo é que ficou com a fama, mas ao que parece ai na rua também há dois labradores e na volta algum deles é que teve o proveito.
Os cachorrinhos são todos parecidos com labradores.
Vai ser muito engraçado quando daqui a umas semanas estes "ratinhos" andarem todos por aqui a correr e a fazer diabruras... eu ainda me lembro dos nervos que apanhei com a Sasha.